quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Miolo de pensar...


Esse, de pensar e de fazer. 
Magoado no coração e emotivo. 
Sem bússola racional, ficou perdido. 
Procurado, mas logo esquecido. 
Conta os desejos frustados. 
Divide a mágoa pelos dedos. 
E olha fixamente o vazio, tremido. 
As lágrimas não o deixam ver.
A cegueira não o deixa falar. 
A raiva não o consegue deter,
De pensar, de ter, de a amar.
Sem casca que o possa cobrir. 
Sem resguardo que o possa amparar.
É soldado ferido.
É vagabundo perigoso,
Ferido por dentro, 
Consumido de amor...

João Caldeira Heitor

sábado, 3 de outubro de 2015

Tu...


Tu.
Chegaste. 
Deixas um pouco de ti, em mim. 
Com algo e sem nada. 
Nestes instantes registo e esqueço, 
O que me queiras dizer,
O que queiras guardar. 
O que possa ser,
O que me deixes viver. 
Contigo e sem ti.
E no vazio ficar.
Amarrado ao sentimento,
Vazio no olhar, frio, por dentro.
São saudades de há dias, 
São amarras ferrugentas, 
São sonhos de paixão.
Diluídos em álcool e suspiro. 
Evaporados, no chão…

João Caldeira Heitor