Na noite
de 18 para 19 de Janeiro a natureza encarregou-se de nos recordar que também
ela faz parte do mundo. Do mundo que desejamos controlar à nossa maneira, mas
que nos foge das mãos. A natureza relembrou que existem leitos de cheia, linhas
de água, locais onde não devem existir habitações e unidades industriais, e, ao
mesmo tempo, de colocar as nossas inovações tecnológicas ao nível da caneta e
do papel, da água da fonte, da vela…
A
Protecção Civil avisou que teríamos de estar alerta. Todavia, os piquetes da
Câmara e dos Bombeiros não tiveram tréguas, numa luta desigual, por um extenso
território onde as árvores, as casas e as vias ganharam uma diferente
configuração.
Sob a
coordenação do Presidente da Câmara o Serviço Municipal de Protecção Civil accionou
cinco equipas de intervenção, com a colaboração da Ourémviva e da SRU Fátima,
ajudando as dezenas de bombeiros e cidadãos que também já restabeleciam a
normalidade, com condições climatéricas adversas e de força desigual.
Limparam-se vias, concretizou-se o apoio a cidadãos, e coordenaram-se acções
que facilitassem o trabalho da EDP, da PT, da VEOLIA, da GNR e da PSP.
Com árvores caídas e partidas, veículos destruídos, habitações, empresas e edifícios afectados a ausência de energia eléctrica, a ausência de água, a inexistência de comunicações deste mundo da fibra óptica dificultou a operacionalização que se desejava mais célere e eficaz.
Neste
cenário de destruição que afetou todo o concelho o Presidente da Câmara
convocou os Presidentes de Junta, os Bombeiros, a EDP, a PT, a VEOLIA, a
SIMLIS, a SUMA, os Agrupamentos de Escola, a GNR, a PSP, a Direcção Regional de
Agricultura, as Estradas de Portugal, o Instituto de Conservação da Natureza e
das Florestas, a Segurança Social, os serviços municipais e as Empresas
Municipais. Todos disseram: presente! Analisaram-se os problemas de imediato,
traçaram-se estratégias de acção para os próximos dias, semanas e meses, cara a
cara entre eleitos, empresas, autoridades e serviços da administração
governamental. A definição deste Plano de Intervenção pós catástrofe, como foi
desenvolvida durante os incêndios de Setembro de 2012, prova que só de braço
dado e em estreita articulação com todos, conseguimos ultrapassar as
dificuldades existentes.
Destaca-se
uma vez mais a forma cooperante e abnegada com que os cidadãos se apresentaram
lado a lado com os bombeiros, forças de segurança, funcionários municipais e
funcionários das empresas municipais. Ourém conta com a solidariedade das suas
gentes, dos seus eleitos, dos seus dirigentes e respectivas instituições
João Caldeira Heitor
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