quarta-feira, 4 de novembro de 2009

“kata ten geneseos anankaian ousian”

O conhecimento é a ferramenta da construção interior de cada um de nós. 
A natureza mais que metafísica, a importância moral para a realização da felicidade individual, com pretensões racionais. 
Sócrates e Platão procuraram os fundamentos em diálogos primitivos interligando-os com a realidade inteligível que norteia o bem. 
O bem será sempre dúbio, questionável, duvidoso escuro e escondido quando por diferentes olhos for visto e analisado. 
Os ideais humanos, as virtudes e a procura da perfeição escorregam nas pedras do caminho onde pela sociedade incorporamos números, validamos leis e práticas, reforçamos culturas, engrossamos projectos directa e indirectamente empenhados. 
Os ideais serão sempre aqueles que só das folhas de papel, de um pensamento ou no lençol, superam a magia dos sonhos e numa ilusão ganham corpo. 
Tantas letras que se juntam, tantas palavras que não se encaixam na estereotipada cábula e fórmula social de comunicar, dirão. 
Tantas letras e tantas palavras que só perguntas e dúvidas, persistências ou desistências da leitura farão os curiosos perseguir. 
Que maturidade individual, que acções humanas podemos reformular nesta sociedade de onde pertencemos? 
Que medidas justas, que misturas de elementos na quantidade certa precisamos de calcular, de aplicar, de fazer levar aos outros que se passeiam nas ruas e nas mesmas pedras dos caminhos alheios a cada um de nós?
 O idealismo, nunca passará dele mesmo? 
Nunca subirá mais um degrau? 
Nunca levará mais ninguém além? 
É de desistir? 
É de persistir? 
Vale a pena lutar por uma sociedade mais transparente e limpa, mais pura e objectiva, mais humana e virtuosa? 
Será somente satisfeita a saciedade com bens materiais? 
O ideal humano cumpre-se com a felicidade que nos oferecem em forma de catálogo, ou não há uma palete de cores que nos permite pintar o quadro da vida? 
Em suma: somos nós os arquitectos do nosso caminho, sentido e percurso, ou não?