sexta-feira, 18 de novembro de 2011

9 anos depois...



9 anos depois, há datas, como a de hoje, que pesam mais o olhar, que apertam mais o coração, que molham mais a menina do olho. 
Aquelas datas que resultam dos laços afectivos e de sangue, que resultam da memória presente de quem nos fez chegar ao mundo, nos educou e nos ensinou a crescer... 
Presente, até que um dia também chegue a nossa hora, de pelos nossos sermos lembrados e recordados no que de bom fazemos e damos aos que nos rodeiam... 
Até porque, essa é a essência da vida...

João Caldeira Heitor

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Doce, sexy e sensual... :)


Sete e meia da manhã. 
Uns pequenos raios de sol entravam pelas frestas dos estores do quarto.

Suficientes para um maravilhoso ser entrar porta dentro e se abeirar da cama.

Fê-lo, suavemente, enquanto pousou as mãos na base da cama e se aproximou de mim.

A ponta dos seus cabelos começo-me a tocar.

Senti pequenos beijos pela cara toda.

Tal e qual como lhe fiz, e faço, para a adormecer.

Ao abrir um olho, deparo-me com uma meiga e terna face que sussurrando me dá os bons dias, pedindo, ao mesmo tempo para entrar dentro da cama, na troca de mimo e afecto.

Estes momentos, únicos nas nossas vidas, revelam o amor entre pais e filhos.

Cada um da sua forma.

Dizem que passa rápido.

Mas, por mais que olhe a pequena Leonor nos olhos, não deixo de sentir aqueles beijos espalhados pelo rosto num momento inesquecível…

João Caldeira Heitor

Na penumbra do descrédito...


Estratégias nos dias de hoje…

A cada dia que passa o pronome “eu” é mais utilizado em detrimento do pronome “nós”. Parece existir, em certa gente, uma tentação para afunilar as atenções, os olhares do mundo na direcção do seu umbigo.

Limitados de horizontes são aqueles que de um grão de açúcar querem, e pensam conseguir fazer um bolo. Desejam, simultaneamente, que quem os rodeia e venera acreditem em tais miudezas, em tais cenários idílicos. Como se as pessoas não tivessem capacidade de discernimento.

Aristóteles referia a grandeza do Homem pela sua moralidade. A moralidade que não precisa de ser pronunciada pelos nossos lábios, mas que existe dentro de cada um, e é expressa pelos nossos actos, posições públicas e individuais. Essa é uma das grandes diferenças que existe entre os Homens que fazem História, dos outros. História essa tantas vezes injusta e madrasta, que retém na memória colectiva um episódio negativo, relegando para segundo plano méritos projectos. Mas, assim crescemos, conhecemos homens e mulheres nas nossas ruas, terras, no nosso concelho, neste país.

Mais estranhos, e incompreensíveis se afiguram aqueles que, insistentemente, pautam a sua acção pelo contínuo descrédito, pela maledicência das palavras, pela pequenez de práticas e posturas. Há quem defenda que tais personagens jamais souberam estar de outra forma na vida, e que de construção pouco ou nada se lhes conhece. Também não consigo, nem quero, avaliar tais produtos em banca, como se de uma feira de vaidades, ou palcos de fotografias se tratasse. A política e a sua nobre função exigem responsabilidade, integridade e verdade.

Paralelamente, podemos alvitrar a inexistência de tais atributos, que em vários textos, na Bíblia, nas confissões e nos pensamentos de almofada tão límpidos contrastes encontramos entre o “ter” e o “ser”… Há quem muito tenha, sem que alguém seja, sem ser reconhecido como relevante, válido ou fulcral junto daqueles que detêm a honra de tal distinção.

As lições de vida não são aquelas que nos ditam, que nos mandam espalhar, que nos escrevem, que redigem na surdina das estratégias individuais ou de clã. É a própria vida que se encarrega de as ilustrar, de as fazer viver e sentir. Em nós e no íntimo que compõe a nossa integridade deve existir a linha que separa os limites, que define as condutas…

A humildade individual (que muitos apregoam possuir perante a sociedade onde somos ou pensamos ser alguém), exige um respeito partilhado com os outros, e assente em pilares de honestidade intelectual.

Os grandes estadistas foram e são aqueles que souberam crescer, amadurecer e aprender com os outros. Só assim se consegue ser, pessoa, neste mundo de gente...

João Nos dias de hoje há duas opções distintas e determinantes: ou nos resignamos à crise e com ela nos deixamos levar como uma folha é movida pelo vento, ou, cerramos os punhos e lutamos. Entre uma e outra situam-se aqueles que apontam o dedo à ferida sem a querer tratar, ou, os que a procuram sarar.

Este é o tempo de fazer renascer a esperança no futuro imediato, próximo, que na volatilidade dos dias apresenta-se, muitas vezes, já amanhã…

Um amigo relembrou-me a recente ocorrência do Solstício de Inverno. É o momento do ano em que as noites diminuem e passa a existir um conquistador aumento do dia. Do dia que se afirma na luz, na alimentada confiança de cada um, e de todos nós. Talvez não seja coincidência que os povos das regiões do globo onde o sol espelha a sua luminosidade mais dias no ano, sejam mais afáveis, positivos, alegres e com uma energia contagiante.

O Solstício de Inverno pode (e deve) ser o ponto de viragem, o momento da esperança em que o Homem germine novas posturas, nas suas relações entre os seus pares, e com a natureza.

Muitas ameaças pairam sobre todos nós: as reais, as fictícias, as inimagináveis e as conspirativas. Não, não são umas quaisquer tipologias ou graus da língua portuguesa. São mesmo as que resultam das mentes brilhantes, das imaginárias, das diminutas e das mesquinhas que, ao nosso lado, na nossa terra, na nossa região, no país e no mundo se julgam incólumes a qualquer sanção, e, ainda, detentoras de benefícios exclusivos.

Todos nós somos descartáveis assim que deixemos de ser necessários. Iludem-se aqueles que se julgam possuidores da razão, do conhecimento privilegiado e que menosprezam a vigilância constante que as mentes livres aplicam em silêncio.

Fórmulas mágicas e pessoas perfeitas existem nos filmes e nos contos de fadas. Na vida real distinguem-se os que têm humildade para ouvir, partilhar e unir esforços, de todos os outros. Mesmo que todos os outros sejam felizes à sua maneira, perdoam-se as suas posturas pela igual capacidade que Jesus Cristo nos deixou enquanto exemplo de vida. É também por isso imperioso que se invistam os minutos e as horas a construir e a emendar, a apontar, a percorrer o caminho e não a queixarmo-nos das pedras que nele encontramos...

Filosofia? Não. Realidade. A que nos obriga (por sermos dotados de conhecimento) a agir pelos superiores desígnios das relações humanas de que fazemos parte. Utopia? Não. Até porque se não tentarmos “fazer” e “ser” de forma diferente, jamais merecemos (ou teremos) outra oportunidade nesta vida que é só uma…

João Caldeira Heitor