Hoje ficamos a saber que após a conclusão da
segunda fase das candidaturas ao Ensino Superior ficaram ainda nove mil vagas por preencher.
Há 67 cursos com vagas disponíveis que não colocaram nenhum aluno, sendo que 42 deles se referem às engenharias (?), com medicina a preencher todos os lugares.
Isto
acontece numa altura em que empresas portuguesas de recrutamento apresentam boas
ofertas e procura de recém-licenciados em engenharias para trabalhar na
Alemanha e nos Emirados Árabes Unidos.
Isto
acontece numa altura em que empresas portuguesas de recrutamento apresentam boas
ofertas e procura de recém-licenciados em medicina e enfermagem para
Inglaterra.
Isto representa
o esvaziamento da maior riqueza de um país – o potencial humano com formação de
excelência – que tem sido obrigado a emigrar e a contribuir para o desenvolvimento
social e económico destes e de outros países.
Portugal
tem excelentes universidades e institutos politécnicos (recursos humanos e
materiais) que consolidam 12 anos de ensino obrigatório, após a frequência numa
uma boa rede nacional de ensino pré-escolar, ao contrário de outros países da (nossa
cada vez mais longínqua) União Europeia.
Urge
relançar a economia portuguesa, alavancar as empresas nacionais para que estas resgatem
os nossos concidadãos que se encontram espalhados pelo mundo, e obter essa mais-valia
de conhecimento e capacidade.
Urge reforçar
o Sistema Nacional de Saúde e concretizá-lo em todo o território nacional, com
médicos e enfermeiros que pratiquem cuidados primários e um acompanhamento de
proximidade com todos os cidadãos. Para tal, os nossos enfermeiros e médicos
recém-formados são precisos de norte a sul do nosso país, e não em Inglaterra
ou no Canadá.
Não é
possível, aceitável e até mesmo economicamente sustentável que o nosso país, o
nosso sistema de ensino continue a gastar milhões de euros na formação de
pessoas que, posteriormente são obrigadas a emigrar, e desta forma contribuindo
“a custo 0” para a obtenção de quadros superiores.
João Heitor