segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Motores desafinados e velhos...


Enquanto o governo promove iniciativas de conservação da biodiversidade em contexto urbano, estimulando os municípios a disseminarem os espaços de lazer e de usufruto público, recuperando as zonas ribeirinhas e criando novas áreas verdes com funções específicas, que contribuam, simultaneamente, para a qualidade do ar e o sequestro de carbono;

Enquanto se estabelece a nível europeu e nacional a redução da utilização dos combustíveis fósseis e da poluição do ar através da promoção de bairros com usos mistos (habitação, comércio, trabalho, escola e lazer), reduzindo as deslocações diárias e criando raízes sólidas na vida dos cidadãos, através da partilha e da produção local de bens e serviços;

Enquanto se implementam planos de melhoria da qualidade do ar e a manutenção e modernização operacional da Rede de Monitorização da Qualidade do Ar;

Conhecemos hoje os números de uma parte do outro lado de lá da realidade: existem cerca de 376 mil automóveis a gasóleo a circular em Portugal com excesso de emissões de óxido de azoto (NOx), fabricados a partir de 2014…
Para além destes há ainda a acrescentar aqueles carros com 15 e 20 anos que, quando os seus condutores carregam no acelerador deixam uma nuvem preta no ar, como se de um choco se tratasse, a despejar um manto negro de poluição estrada fora...
Quem não vivenciou este cenário?

Podem “chover” carros elétricos, “construírem” alamedas de árvores e colocarem as bicicletas de “borla”...
Enquanto se mantiverem estes veículos na estrada, todo o pequeno trabalho, toda a política de melhoria da qualidade do ar será uma pequena "mão cheia de areia”, num imenso “deserto” que se quer (e precisa de) conquistar.
Relativamente a esta questão, onde têm estado e o que têm feito as autoridades fiscalizadoras?


João Caldeira Heitor