Enquanto o governo promove iniciativas de conservação
da biodiversidade em contexto urbano, estimulando os municípios a disseminarem os
espaços de lazer e de usufruto público, recuperando as zonas ribeirinhas e
criando novas áreas verdes com funções específicas, que contribuam,
simultaneamente, para a qualidade do ar e o sequestro de carbono;
Enquanto se estabelece a nível europeu e
nacional a redução da utilização dos combustíveis fósseis e da poluição do ar
através da promoção de bairros com usos mistos (habitação, comércio, trabalho,
escola e lazer), reduzindo as deslocações diárias e criando raízes sólidas na
vida dos cidadãos, através da partilha e da produção local de bens e serviços;
Enquanto se implementam planos de melhoria da
qualidade do ar e a manutenção e modernização operacional da Rede de
Monitorização da Qualidade do Ar;
Conhecemos hoje os números de uma parte do
outro lado de lá da realidade: existem cerca de 376 mil automóveis a gasóleo a
circular em Portugal com excesso de emissões de óxido de azoto (NOx),
fabricados a partir de 2014…
Para além destes há ainda a acrescentar
aqueles carros com 15 e 20 anos que, quando os seus condutores carregam no acelerador
deixam uma nuvem preta no ar, como se de um choco se tratasse, a despejar um
manto negro de poluição estrada fora...
Quem não vivenciou este cenário?
Podem “chover” carros elétricos, “construírem”
alamedas de árvores e colocarem as bicicletas de “borla”...
Enquanto se
mantiverem estes veículos na estrada, todo o pequeno trabalho, toda a política
de melhoria da qualidade do ar será uma pequena "mão cheia de areia”, num
imenso “deserto” que se quer (e precisa de) conquistar.
Relativamente a esta questão, onde têm estado e o que têm feito as autoridades fiscalizadoras?
João
Caldeira Heitor