sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Nós Chegamos!


Comemorámos o centenário dos Bombeiros Voluntários de Ourém, com a dignidade que um ato desta dimensão exige, pelo reconhecimento do esforço de todos os homens que ao longo dos últimos 100 anos assumiram o lema “vida por vida”.

Um dia repleto de palmas, de brio, de pessoas que encheram as ruas da cidade, o quartel, o cineteatro, o centro de negócios. Estiveram presentes os rostos das entidades concelhias, os congéneres de Caxarias, Fátima e do país, e os nossos concidadãos, que, nos momentos de aflição recorrem aos Bombeiros Voluntários de Ourém.

Não esteve o Presidente da República. Não esteve o Ministro da Administração Interna. Não esteve o Secretário de Estado da Administração Interna. Lamenta-se? Sim, lamenta-se. Mas, não fizeram falta! Registamos. Mas, não esquecemos! A devido tempo relembrá-los-emos do desprezo que nos concederam. Porém, estiveram presentes os homens e as mulheres do concelho que de lágrima no olho, de sorriso rasgado viveram o momento pela memória colectiva de que todos fazemos parte.

Ourém, e as suas gentes têm capacidade, energia e uma mais-valia que se assume, em cada um de nós, como a força dos protagonistas dos novos tempos de combate à crise e às dificuldades crescentes, que assumimos com frontalidade.

Nessa mesma frontalidade, com esse mesmo indicador, estamos a proceder à revisão do PDM, registamos o reforço do apoio domiciliário e de novas estruturas de apoio social com serviço de lar e creche. Nessa mesma energia, e capacidade, estamos a desenvolver uma estratégia para o sector económico do concelho com a criação de um ninho de empresas e os balcões descentralizados em Caxarias, Freixianda e Olival, na concretização da proximidade efectiva entre os cidadãos e as estruturas. Com essa mesma energia concretizámos novos centros escolares e lançámos novas construções numa aposta na educação sem precedentes ou histórico comparável.

Parabéns aos Bombeiros Voluntários de Ourém, aos seus dirigentes e aos cidadãos do concelho. Somos o espelho da nossa coragem, da motivação e da conquista que juntos alcançamos. Esse é o desígnio, e o que conta, no dia-a-dia das dificuldades que superamos. Continuemos, assim!

João Heitor

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O tempo da vida


Nos dias de hoje há duas opções distintas e determinantes: ou nos resignamos à crise e com ela nos deixamos levar como uma folha é movida pelo vento, ou, cerramos os punhos e lutamos. Entre uma e outra situam-se aqueles que apontam o dedo à ferida sem a querer tratar, ou, os que a procuram sarar.

Este é o tempo de fazer renascer a esperança no futuro imediato, próximo, que na volatilidade dos dias apresenta-se, muitas vezes, já amanhã…

Um amigo relembrou-me a recente ocorrência do Solstício de Inverno. É o momento do ano em que as noites diminuem e passa a existir um conquistador aumento do dia. Do dia que se afirma na luz, na alimentada confiança de cada um, e de todos nós. Talvez não seja coincidência que os povos das regiões do globo onde o sol espelha a sua luminosidade mais dias no ano, sejam mais afáveis, positivos, alegres e com uma energia contagiante.

O Solstício de Inverno pode (e deve) ser o ponto de viragem, o momento da esperança em que o Homem germine novas posturas, nas suas relações entre os seus pares, e com a natureza.

Muitas ameaças pairam sobre todos nós: as reais, as fictícias, as inimagináveis e as conspirativas. Não, não são umas quaisquer tipologias ou graus da língua portuguesa. São mesmo as que resultam das mentes brilhantes, das imaginárias, das diminutas e das mesquinhas que, ao nosso lado, na nossa terra, na nossa região, no país e no mundo se julgam incólumes a qualquer sanção, e, ainda, detentoras de benefícios exclusivos.

Todos nós somos descartáveis assim que deixemos de ser necessários. Iludem-se aqueles que se julgam possuidores da razão, do conhecimento privilegiado e que menosprezam a vigilância constante que as mentes livres aplicam em silêncio.

Fórmulas mágicas e pessoas perfeitas existem nos filmes e nos contos de fadas. Na vida real distinguem-se os que têm humildade para ouvir, partilhar e unir esforços, de todos os outros. Mesmo que todos os outros sejam felizes à sua maneira, perdoam-se as suas posturas pela igual capacidade que Jesus Cristo nos deixou enquanto exemplo de vida. É também por isso imperioso que se invistam os minutos e as horas a construir e a emendar, a apontar, a percorrer o caminho e não a queixarmo-nos das pedras que nele encontramos...

Filosofia? Não. Realidade. A que nos obriga (por sermos dotados de conhecimento) a agir pelos superiores desígnios das relações humanas de que fazemos parte. Utopia? Não. Até porque se não tentarmos “fazer” e “ser” de forma diferente, jamais merecemos (ou teremos) outra oportunidade nesta vida que é só uma…

João Caldeira Heitor