segunda-feira, 25 de março de 2013

Reflexões...


Reflexões

Ao contrário da maioria dos animais, o ser humano desenvolve o seu conhecimento através das aprendizagens que concretiza ao longo da vida. Talvez por isso o saber, a ponderação, a maturidade se aperfeiçoem à medida que as rugas do rosto e do coração se vincam em cada um de nós.

Sabiamente, só mesmo a partir de uma determinada idade, e de um determinado caminho, se é reconhecida a capacidade para um membro do clero chegar a Cardeal, a um Homem das artes e ofícios atingir o patamar de Mestre, a um Homem do conhecimento chegar à categoria de investigador/especialista…

Os Humanistas defendem que o poder deve estar na mão dos sábios (?) e esclarecidos (?). Serão, esses, que, teoricamente governam os países. Mas, que país existe, presentemente, quando assistimos a um corte abrupto nas pensões dos portugueses? Que sábios, que sensíveis, que esclarecidos membros do governo são estes que retiram as pensões àqueles que durante décadas suaram e trabalharam, descontaram do seu salário para possuírem uma reforma que lhes permitisse obter um final de vida com o mínimo de dignidade?

Em que país se está a transformar o nosso Portugal, cujos governantes não têm coragem para enfrentar o poder económico, mas que com naturalidade e descontração cortam as pensões, retirando a possibilidade das pessoas irem ao médico, pagarem os medicamentos nas farmácias e se alimentarem? Que país é este que assiste ao corte nos serviços de saúde, à transferência de serviços de umas terras para as outras, sem lógica ou sentido, e se cala?

Não é este o Portugal daqueles que se assumem como Humanistas. Não aceito que aqueles que construíram o nosso país, com empenho, dedicação, responsabilidade social, profissional e humana sejam hoje maltratados e vejam os seus direitos extirpados.

A solução para uma parte destes problemas terá de vir, forçosamente, da Escola, em concertação com as famílias, num novo conceito de educação, que vise a construção de uma nova sociedade que assuma, real e concretamente, a importância e a dignidade do ser humano desde que nasce até que morre. E que nesse percurso, nada lhe falte, de essencial.

A Escola, o ensino, a educação do Homem são e serão, como já Aristóteles e Platão escreveram há milhares de anos, a chave para uma sociedade em que a economia seja um elemento da gestão do Homem, e não a Gestão como fator condicionador da existência do Homem.

Até quando vamos suportar estes ataques?

João Heitor

quarta-feira, 13 de março de 2013

Património... Ourém...


Pela Positiva…

A salvaguarda da história e do património do concelho é uma responsabilidade de todos nós e que se assume como uma oportunidade de promoção e desenvolvimento local.

Visando a salvaguarda desse mesmo património foram efectuadas obras de conservação e interpretação da Cripta e a renovação de conteúdos dos painéis turísticos no Centro Histórico de Ourém. A nossa “Vila Medieval” possui inúmeros locais de interesse público que urge potenciar turisticamente. Só assim poderemos atrair mais visitantes e valorizar o “Castelo de Ourém” enquanto local composto de suculentos recantos e momentos da história de Portugal e das suas gentes. Dentro de pouco tempo irão ser intervencionadas algumas ruínas, no sentido da sua preservação e de forma a assegurar a segurança dos transeuntes.

Também as calçadas históricas da Carapita e Mulher Morta foram alvo de intervenções com novos painéis interpretativos que explicam a origem dos trajectos, que remontam ao período romano e que ganharam maior relevância no período medieval. A histórica Fonte dos Cavalos, junto às calçadas, e que estava coberta de vegetação, permite-nos reviver a história dos nossos antepassados e “entrar” no ambiente medieval que marcou o nosso concelho enquanto território.

A Capela da Perucha, em Freixianda, e a Capela do Testinho, em Urqueira estão a ser alvo de projectos de requalificação, visando a salvaguarda deste património religioso e histórico. Duas equipas multidisciplinares do Município de Ourém estão a proceder ao inventário e ao registo de interesse patrimonial do imóvel, com a definição das várias intervenções a concretizar de acordo com projectos de arquitectura, especialidades e paisagismo dos espaços envolventes e os planos de conservação e restauro.

Igualmente a Ucharia do Conde, na “Vila Medieval” do Castelo de Ourém ganhou “nova vida” com a implementação de uma dinâmica de exploração efectiva. Atribuiu-se a este espaço, de características únicas, a responsabilidade de dar a conhecer os sabores tradicionais e fazer a promoção dos produtos locais do Município de Ourém, com especial destaque para os vinhos, queijos, enchidos, mel, doces, compotas e outras iguarias dos nossos produtores do concelho. A Ucharia do Conde passou a ser a “casa de visita” onde os cidadãos do nosso concelho e os turistas podem degustar a gastronomia e os produtos da terra que sabiamente produzimos.

Estas intervenções resultam de uma nova sensibilidade e visão estratégica do actual executivo que valoriza o património existente, criando novas dinâmicas, movimento de pessoas e criação de emprego. Assim, e pela positiva, dignificamos o legado histórico, cultural e gastronómico que nos compõem enquanto oureenses.

João Heitor