terça-feira, 28 de julho de 2009

Tautologia

É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem.

Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.

- elo de ligação - acabamento final - certeza absoluta - quantia exacta - nos dias 8, 9 e 10, inclusive - juntamente com - expressamente proibido - em duas metades iguais - sintomas indicativos - há anos atrás - vereador da cidade - outra alternativa - detalhes minuciosos - a razão é porque - anexo junto à carta - de sua livre escolha - superávit positivo - todos foram unânimes - conviver junto - facto real - encarar de frente - multidão de pessoas - amanhecer o dia - criação nova - retornar de novo - empréstimo temporário - surpresa inesperada - escolha opcional - planear antecipadamente - abertura inaugural - continua a permanecer - a última versão definitiva - possivelmente poderá ocorrer - comparecer em pessoa - gritar bem alto - propriedade característica - demasiadamente excessivo - a seu critério pessoal - exceder em muito

Todas essas repetições são dispensáveis.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Palíndromo

Palavra ou um número que se lê da mesma maneira nos dois sentidos, normalmente, da esquerda para a direita e ao contrário.

socorram-me, subi no onibus em marrocos.
anotaram a data da maratona
assim a aia ia a missa

a diva em argel alegra-me a vida

a droga da gorda
a mala nada na lama
a torre da derrota

luza rocelina, a namorada do manuel, leu na moda da romana: anil é cor azul
o céu sueco
o galo ama o lago
o lobo ama o bolo
o romano acata amores a damas amadas e roma ataca o namoro
rir, o breve verbo rir
saíram o tio e oito marias

zé de lima rua laura mil e dez

terça-feira, 7 de julho de 2009

sábado, 4 de julho de 2009

Santíssima Trindade

Ao ler o último comentário que tinha no último post, lembrei-me dos meus amigos.

Talvez me tenha esquecido de alguns, depois de, conscientemente, ter separado os amigos dos conhecidos.

Se bem que conhecidos possam ser muitos, os amigos são sempre menos.

Isto porque a amizade impõe um conjunto de processos, que só o tempo, o camuflar das acções e das provas partilhadas e vividas, nos permitem saborear tal valor: a amizade.

Talvez seja como o vinho. Só algum tempo de repouso, após as uvas terem sido esmagadas, e na pausa do tempo cuidado com a sabedoria de quem o faz, tenha o paladar que faz as delícias dos seus apreciadores.

O vinho. Aquele que se saboreia com um amigo.

Não sei porquê, mas quando escrevo ou ouço a palavra vinho, lembro-me sempre da expressão “o pão e a vida… cálice…” do vinho, ou da vida.

Talvez por isso tenha escolhido esta foto que tirei, um dia, do cimo de um altar de uma igreja.

Aos olhos de muitos, aquilo que dizem ser a Santíssima Trindade.

Nem outra coisa podia ser.

Seríamos hereges ao duvidar de tal explicação.

Até porque, o desconhecimento, continua, após séculos e séculos a favorecer determinadas classes.

Falta de fé? Não. Azia. Combate-se com Kompensan, eu sei, mas hoje nem um chá de digestão fácil me acalma a inquietação da alma, do espírito e da lógica racional das coisas.

Exigente? Não. Ou, talvez sim. Comigo. Demasiado. Ao ponto de fazer cumprir certas linhas e certos objectivos, que mais não são do que representações lógicas do pensamento alicerçado sobre os barrotes dos valores intrínsecos.

E vale a pena continuar assim? Valerá. Pela tranquilidade da consciência e do dever cumprido.

Regressando aos amigos de quem me lembrei, faço o acto reflectido do sorrir, pela espontaneidade das relações e laços estabelecidos, ainda que as distâncias existam.

Por último uma palavra a um amigo especial. A um amigo a quem não tem faltado a rectidão das palavras e dos actos. Uma palavra a quem tem usado os instrumentos e traçado as linhas sem um único desvio. A quem depois de retirada a venda me deu um abraço. Já se acredita menos, no que lá fora se vive e passa. Mas, entre a família que se conta pelos dedos de um pé ou de uma mão, que não nos falte a força para usar o escopro.

Que assim seja!