Não podemos parar depois dos
longos caminhos percorridos, ou, inverte-los, com a imprevisível doutrina do
sentir.
Não há gota de chuva que pare o olhar racional ou que impeça a real fotografia que aguarda ser capturada pela máquina do registo.
Sou película por gravar, um novo horizonte, que a noite impõe, por cada amanhecer que se segue.
Ter a palavra sobre a razão é tinta de livros que só confirmam o que a alma sente.
Sonhador?
Sim.
Utópico? Também.
Mas em cada noite, fria, sem medo dessa gota de chuva, dessa fotografia conhecida, dessa fugaz glória que alguns acreditam ser o esplendor máximo, eu, despido de preconceitos ou de manias, vivo com a consciência tranquila.
Moral?
Podem comer todos, mas só alguns a saboreiam.
Evasivo?
Não.
Está tudo aqui...e aí...em cada um de nós...
João Caldeira Heitor