Não há novidades nos dias de hoje.
Repete-se o velho que caiu no esquecimento, alterado
pelos novos caminhos dos dias.
Há várias formas de estar na vida, dentro dela, fora
dela, em sociedade, no mundo individual de cada um, ou no nosso mundo onde os
outros parecem estar, e, algumas vezes, errados.
Há quem assim pense, talvez se veja, se deseje ver, pense
ser visto, ou se encontre, mesmo, lá.
Por aqui, tenho dito, não moram verdades supremas. Não as
tenho, nem as desejo.
Se alguma vez tivesse essa ilusão, teria, decerto, caído
no isolamento social e perdido o discernimento.
Ora aí está. O discernimento. Aquele que falta quando as
águas estão turvas e não se sabe o que fazer.
Melhor, bom e de boa figura consegue-se na poltrona do
sofá, no café atrás de uma cerveja, ou na “má decência” intelectual de certas
gentes.
Não vale tudo, nem tudo vale. Até porque o tempo tem-se
encarregue de separar a água turva da terra barrenta. E no fim da passagem da
peneira todos seremos pó.
Essa finitude carnal é aquela que nos separa da alma, do
coração que sente, da essência que nos separa.
Assim, a morte dos afectos, a perda de discernimento,
torna-se para muitos como a linha a evitar.
Há vários provérbios, frases célebres ditas por mortais
que pereceram, mas que deixaram essas expressões agora na moda da citação.
Eu limito-me a olhar para as estantes do escritório e a
pousar os olhos num livro que tanto representa durante uma noite: “Felizmente Há Luar” de Luís de Sttau Monteiro
(ainda somos livres de pensar, sentir, viver e caminhar)
João Caldeira Heitor