sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Esse tempo de boa hora...


Esse tempo...

Nasci num tempo de chuva,
Fui família e integrei a multidão,
Fui um incógnito viajante com ajuda, 
Fui combatente com caneta e esta razão. 

Chego ao tribunal e avalio,
Esse rosto de curtas vidas e noites longas,
Releio as palavras gravadas,
Perdidas no silêncio da alma. 

Houve um tempo que me lembro,
Das viagens tateadas com o paladar,
Em que a promessa era o que não tinha,
Do amor que não me podias dar. 

A promessa é folha rasgada, 
Que o tempo com o espírito partiu. 
Sussurro esquecer esse momento. 
Entre o teu e o meu olhar. 

Abrindo os olhos em cada dia,
Tocarei meu rosto,
Sorrirei memória, 
Esquecerei a saudade...


João Caldeira Heitor