Uma colega minha falava na sala de professores, na semana passada, argumentando que a greve é um direito consagrado na Constituição da República. Os professores sentem-se injustiçados, pois trabalham um ano inteiro, esforçam-se para dar o melhor de si e chegam ao final do ano lectivo e vêem congelada a sua carreira e o tempo de serviço não lhes é contado para efeitos de progressão. É injusto! Pois é!
Mas não será preferível o diálogo à manifestação? Não dará melhores resultados o debate? Que efeitos teve a greve? Foi uma forma de pressionar o governo a alterar as suas medidas? E os alunos?
Os alunos também merecem o nosso respeito, a greve afectou-os e afectá-los –á. Eles podem ter feito os exames, mas será que o seu espírito e concentração foram os necessários? E aqueles que não os realizaram, mereceram chegar à escola e voltar para trás?
Os meses de empenho, trabalho e estudo destes alunos são dignos de desprezo? Tantas horas a estudar, tantos livros e folhas a “voarem” pelos quartos, tanto nervosismo, para quê?
É verdade que terão mais tempo para estudar, mas compensará? E a nova data, será que não afectará os outros exames, os outros planos de estudo?
Duas coisas são certas: Não lhes foi dada uma oportunidade e o exame não será o mesmo…
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