quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O tempo da vida


Nos dias de hoje há duas opções distintas e determinantes: ou nos resignamos à crise e com ela nos deixamos levar como uma folha é movida pelo vento, ou, cerramos os punhos e lutamos. Entre uma e outra situam-se aqueles que apontam o dedo à ferida sem a querer tratar, ou, os que a procuram sarar.

Este é o tempo de fazer renascer a esperança no futuro imediato, próximo, que na volatilidade dos dias apresenta-se, muitas vezes, já amanhã…

Um amigo relembrou-me a recente ocorrência do Solstício de Inverno. É o momento do ano em que as noites diminuem e passa a existir um conquistador aumento do dia. Do dia que se afirma na luz, na alimentada confiança de cada um, e de todos nós. Talvez não seja coincidência que os povos das regiões do globo onde o sol espelha a sua luminosidade mais dias no ano, sejam mais afáveis, positivos, alegres e com uma energia contagiante.

O Solstício de Inverno pode (e deve) ser o ponto de viragem, o momento da esperança em que o Homem germine novas posturas, nas suas relações entre os seus pares, e com a natureza.

Muitas ameaças pairam sobre todos nós: as reais, as fictícias, as inimagináveis e as conspirativas. Não, não são umas quaisquer tipologias ou graus da língua portuguesa. São mesmo as que resultam das mentes brilhantes, das imaginárias, das diminutas e das mesquinhas que, ao nosso lado, na nossa terra, na nossa região, no país e no mundo se julgam incólumes a qualquer sanção, e, ainda, detentoras de benefícios exclusivos.

Todos nós somos descartáveis assim que deixemos de ser necessários. Iludem-se aqueles que se julgam possuidores da razão, do conhecimento privilegiado e que menosprezam a vigilância constante que as mentes livres aplicam em silêncio.

Fórmulas mágicas e pessoas perfeitas existem nos filmes e nos contos de fadas. Na vida real distinguem-se os que têm humildade para ouvir, partilhar e unir esforços, de todos os outros. Mesmo que todos os outros sejam felizes à sua maneira, perdoam-se as suas posturas pela igual capacidade que Jesus Cristo nos deixou enquanto exemplo de vida. É também por isso imperioso que se invistam os minutos e as horas a construir e a emendar, a apontar, a percorrer o caminho e não a queixarmo-nos das pedras que nele encontramos...

Filosofia? Não. Realidade. A que nos obriga (por sermos dotados de conhecimento) a agir pelos superiores desígnios das relações humanas de que fazemos parte. Utopia? Não. Até porque se não tentarmos “fazer” e “ser” de forma diferente, jamais merecemos (ou teremos) outra oportunidade nesta vida que é só uma…

João Caldeira Heitor

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