quarta-feira, 30 de maio de 2012

O valor que não tem preço...

No corre-corre do dia-a-dia nem sempre olhamos o espelho interior de cada um de nós, pela busca e visualização do nosso ser.

O umbigo de cada um é, efectivamente, um dos pontos do nosso corpo. Porém, no universo conhecível, mais não somos do que um minúsculo elemento, entre milhões no longínquo horizonte que os nossos olhos alcançam.

Neste caminho, entre o nascer e o morrer, as pegadas que deixamos na areia da vida, compostas por milhares de grãos de areia, assumem-se, neste percurso, como o legado, a lembrança, a marca, a postura, a ideia pela qual somos referenciados. E, um dia mais tarde, recordados, nas multifacetadas relações humanas que estabelecemos.

O reflexo do nosso agir é também o contributo com que prendamos os que nos rodeiam. Também por isso, a vida e a postura de Jesus Cristo tem tido biliões de fiéis devotos nos últimos dois mil anos. O Cristianismo, na sua essência, e génese, sem a interferência dos homens e mulheres da igreja, é um manual de vida. Assume-se como um desiderato ao aperfeiçoamento do Homem, ao limar das suas arestas num trabalho contínuo e eternamente inacabado, até à extinção da espécie humana.

No passado fim-de-semana, em Fátima, a fé, a crença, a tolerância, a solidariedade, a devoção e a força de milhares de pessoas juntou-se em momentos de reflexão e de introspecção. Independentemente das crenças religiosas de cada um, do agnosticismo de tantos outros, a essência humana alimenta-se do afecto, da cumplicidade, da partilha de projectos, da participação e da inclusão de todos os que compõem a sociedade.

Assim, a construção de cada um de nós assume-se como uma obra inacabada, que, com liberdade, bons costumes e numa cadeia de união se consubstancia em elos de ligação, em acções de apoio, em relações de solidariedade e partilha, assentes, também, no nobre valor, do valor da vida.

João Caldeira Heitor

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