quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Dispensando mentes brilhantes...



De fio, sem pavio, a lua estica-se. 
Sem rede, na corda, alta, arrisca-se. 
De pé dobrado, com medo, avança-se. 
O corpo trémulo, vacila e equilibra-se. 

No circo, da vida, desprezamos os importantes. 
No circo, da vida, aplaudimos o esforço. 
No circo, da vida, dispensamos mentes brilhantes. 
No circo, da vida, valorizamos os normais. 

Voltando ao trapézio lá do alto. 
No ar rarefeito, sugado em compasso. 
Somos tempo contado em emoção. 
Somos pessoas libertas com ou sem razão.


João Caldeira Heitor

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