Há quem
queira e não possa agarrar esse teu corpo preso,
que
parece solto,
pois na
certeza,
só pelo coração te deixas conquistar.
Ali foste
um momento,
entre
tantos ou nenhuns,
sem se
aperceberem,
o nosso
cúmplice silêncio.
Aí estás
sem que saiba como,
talvez
realizada,
talvez
sofrida,
sem saber
evitar o julgamento do teu sentir.
Dizes que
tens asas de anjo,
mente de
demónio e talvez coração de princesa,
como se
disso tu própria saibas ou tenhas certezas.
Em cada
amanhecer agita-se esse outro mundo,
onde
vestes a capa que impede a ousadia e a tentação,
onde
perduras na bola de cristal,
onde te
mostras doce e simpática.
Passam-se
os anos e lá nos vamos perdendo ou caminhando,
sobre um
qualquer mandamento errante,
de
encontros e desencontros ocasionais,
sem te
chegar a tocar.
Mas um
toque sublime,
que se
sente pela alma,
como uma
luz que nos atrai
e nos
afasta com medo do que daí pudesse surgir.
Regressa
ao teu mundo,
que não
posso nem quero alterar,
pois não
consigo,
nem vejo
como sequer te poder tocar.
Os anjos
têm missões,
os
demónios as tentações,
as
pessoas emoções,
mesmo que
no passar do tempo tudo não passe de um punhado de ilusões…
João Caldeira Heitor
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