sexta-feira, 27 de agosto de 2004

Soneto do maior amor

Maior amor nem mais estranho existe 
Que o meu, que não sossega a coisa amada 
E quando a sente alegre, fica triste 
E se a vê descontente dá risada. 

 E que só fica em paz se lhe resiste 
O amado coração, e que se agrada 
Mais da eterna aventura em que persiste 
Que de uma vida mal aventurada. 

 Louco amor meu, que quando toca, fere 
E quando fere vibra, mas prefere 
Ferir a fenerecer - e vive e esmo 
 Fiel à sua lei de cada instante 
Desassombrado, doido, delirante 
Numa paixão de tudo e de si mesmo. 

 Vinicius de Moraes Livro de Sonetos

1 comentário:

Gotinha disse...

qUE ROMANTISMO.... RECEBESTE O MEU ,MAIL SOBRE COMO COLOCAR IMAGENS NO bLOG??!