segunda-feira, 25 de abril de 2005

25 de Abril! Sempre!!!

Passados 31 anos sobre a revolução dos cravos, comemorar Abril, é, também, renovar os ideais dessa já longínqua Primavera, e fazer com que os mesmos floresçam, se renovem e não caiam no esquecimento.

A juventude sente hoje, mais do que nunca, a importância da sua participação na construção de uma sociedade onde todos tenham lugar. Porém, a maioria dos jovens vive desligada deste marco histórico, político e social do nosso país.

25 de Abril de 1974 é, sem dúvida, a data mais importante da história recente de Portugal. Importante pelas mudanças que produziu, restituindo a liberdade a um povo oprimido durante décadas, por um regime totalitário e opressor. Importante, igualmente, pelo sonho e pela esperança que fez renascer num povo, ansioso por uma sociedade mais justa, mais igual.

Nasci depois do 25 de Abril de 1974, mas comecei desde muito cedo a acompanhar os meus pais numa comemoração breve que os Socialistas Oureenses faziam e fazem, na noite de 24 para 25 de Abril, num passeio à Câmara Municipal, onde talvez uma dúzia de pessoas cantavam a Grândola Vila Morena, o Hino Nacional e atiravam foguetes.

Depressa me apercebi que aquela festa devia ser muito importante e ter bastante significado pelas expressões de alegria dos presentes.

Com o decorrer dos anos fui compreendendo o significado das palavras como liberdade, igualdade, solidariedade, paz, esperança. Com o decorrer dos anos fui compreendendo os valores, os ideais que sustentam a democracia.

Foi também por estes ideais e valores que senti necessidade, de e por várias formas, dar o meu contributo, na sua defesa e fortalecimento.

Volvidos 31 anos após o 25 de Abril, Portugal é um país democrático respeitado, mais desenvolvido, embora não tanto como desejaríamos, onde a necessidade da participação cívica é a cada dia mais sentida.

Afirmar Abril é dia a dia reforçar a democracia, a participação cívica, a liberdade de pensamento, de expressão e de escolha através do voto.

Afirmar Abril, deve ser uma tarefa diária, de afirmação dos direitos, liberdades e garantias dos portugueses. Abril é de todos. E todos têm o direito de participarem na construção e no desenvolvimento do seu país.

Que estes valores se mantenham, tarefa a que todos cumpre, mas é sobretudo aos políticos a quem cabe credibilizar a política, restabelecendo e reforçando a confiança dos cidadãos naqueles que os representam e na democracia.

Hoje podemos escolher, através do voto, os deputados, os governantes e os autarcas. Podemos, democraticamente, e sem revoluções, escolher os nossos representantes.

Em ano de eleições autárquicas afirmar Abril é também poder operar mudanças de políticas nos concelhos onde a liberdade de expressão, a democracia, a prosperidade ainda escasseiam.

Assim, o apelo é para que nos mobilizemos, pelas causas comuns, na afirmação de Abril! Sempre!

24 de Abril de 2005

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