Num contínuo anúncio de manifestações de estrema direita por toda a Europa, a consolidação de Le Pen em França, mas também na Áustria, em Itália, na Dinamarca, na Holanda e na Bélgica, grupos de extrema direita têm crescido e atraído militantes para as causas xenófobas e racistas que defendem.
Estas ocorrências ganham maior relevo quando se celebram 60 anos sob o fim da II Guerra Mundial. Pessoalmente, encaro a subida dos partidos da extrema-direita como uma derrota dos valores humanos, da tolerância, e da igualdade de direitos, liberdades e garantias.
Volvidos 31 anos sobre a revolução de Abril e após 50 anos de ditadura, os portugueses souberam consolidar a democracia. Somos hoje um país com uma forte identidade histórica, cultural e linguística.
Contudo, vive-se em Portugal uma crise de opinião. Os portugueses estão pessimistas quanto à situação económica do país e deixaram de acreditar e de confiar na classe política “clássica” centrada no PS e PSD.
Além do “antiquado” PCP e do “populista” CDS/PP, o BE imprimiu uma nova mentalidade política, aliada a um novo discurso que tem agradado a uma significativa margem do eleitorado jovem.
Mas a nossa apreensão deve, presentemente, centrar-se na eventualidade de em Portugal surgir um partido de extrema-direita. Se tal viesse a suceder, facilmente, com um discurso nacionalista virado contra a imigração (que ultimamente tem aumentado no nosso país), qualquer novidade que surgisse no panorama político nacional teria entusiásticos apoiantes.
Como é que podemos evitar ou minimizar uma situação deste género? Renovar dia após dia os valores de Abril. Transmitir aos jovens a importância da liberdade de expressão e de pensamento, para todos, sem exclusões. Evidenciar os benefícios das diferenças entre os povos, das trocas culturais, da partilha e da solidariedade perante aqueles que necessitam do nosso apoio.
Não é tarefa fácil, mas de facilidades já a história não se escreve!
Está nas nossas mãos!
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