sexta-feira, 13 de abril de 2012

18 são as nossas!


Numa altura em que as reformas políticas nacionais nos conduzem para a redução de postos médicos nas freguesias, para a própria agregação de freguesias, para a fusão de Agrupamentos de Escolas, entre outras, as populações manifestam uma perda contínua em diversas áreas que lhe são próximas, e que muito contribuem e condicionam, na sua dialéctica, identidade e qualidade de vida.

Após o encerramento das extensões da Segurança Social, das extensões de saúde, da transferência de valências entre hospitais, da transferência de valências entre tribunais, o governo insiste em implementar uma lei que vai conduzir ao desaparecimento de freguesias.

Nenhum governo pode ser insensível à importância das freguesias, e, na própria relação custo/efeito, o que estas representam para o real serviço público. As nossas comunidades, as nossas freguesias, são, efectivamente, a riqueza humana do concelho de Ourém.

Assim, a ordem jurídica, emanada em forma de decreto, não se pode sobrepor à natureza histórica, à essência moral, à ordem social, à riqueza característica e ao valor dos homens e mulheres que compõem as freguesias.

Os autarcas de freguesia não têm estátuas suas nos jardins, mas representam a livre e espontânea dedicação ao seu semelhante, ao seu conterrâneo e à terra que os elegeu.

A actual proposta do governo prevê a extinção de 7 (sete) freguesias em Ourém. Acredito que os propósitos governamentais se centram, somente, na vontade de reduzir despesas, numa linha de contenção financeira.

Escrevo, uma vez mais, que o actual território do concelho de Ourém, composto pelas suas 18 (dezoito) freguesias, só assim faz sentido. É o único que, amplamente, serve e representa a democracia.

Acredito que o bom senso vai imperar e que todas as forças políticas, institucionais e sociais conseguirão tranquilizar as populações, garantindo a continuidade das 18 (dezoito) freguesias. E, simultaneamente, assegurar-lhes as respostas para as necessidades que as mesmas atravessam. Só assim, damos corpo à essência do poder local no qual todos nos revemos.

João Heitor

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